Uma pesquisa recente realizada
pelo Laboratório Think Olga, trouxe à tona
questões cruciais sobre a saúde mental das mulheres em um contexto pós-pandemia
de covid-19. Com um universo de 1.078 participantes de todas as regiões do
Brasil, entre 18 e 65 anos, e com representatividade de classe e raça, o estudo
revelou que 45% das mulheres relatam ter diagnóstico de ansiedade, depressão ou
algum outro tipo de transtorno mental.
O relatório intitulado
"Esgotadas: o empobrecimento, a sobrecarga de cuidado e o sofrimento
psíquico das mulheres" destaca que a ansiedade lidera como o transtorno
mais frequente, representando 35% dos diagnósticos. Em seguida, encontramos a
depressão, com 17%, e a síndrome do pânico, com 7%. Entre os principais
sentimentos observados no dia a dia das participantes estão estresse,
irritabilidade, sonolência, fadiga, baixa autoestima, insônia e tristeza.
As mulheres entrevistadas
revelaram, em sua maioria, insatisfação com diversos aspectos de suas vidas. Ao
atribuírem notas de 0 a 10 para oito áreas, que abrangem desde estilo de vida e
trabalho até relações interpessoais, o âmbito das relações amorosas e familiares
foi o que alcançou a nota mais elevada, com 3,2, indicando o setor com maior
nível de satisfação entre as participantes.
Por outro lado, a situação
financeira e a habilidade de equilibrar diferentes aspectos da vida foram os
principais pontos de descontentamento, registrando notas de 1,4 e 2,2,
respectivamente. Um dado alarmante é que 46% das mulheres manifestaram
insatisfação com suas finanças, seja devido à baixa remuneração, sobrecarga
profissional, insatisfação no trabalho, dívidas ou desemprego. Além disso, 86%
delas relatam sentir uma carga excessiva de responsabilidades, que vão desde o
emprego até as tarefas domésticas e o cuidado com outras pessoas.
Para além dos desafios
financeiros e da sobrecarga de trabalho e cuidado, a pesquisa também destacou a
pressão estética e a violência de gênero como fatores que contribuem
significativamente para o sofrimento psíquico das mulheres.
É importante ressaltar que o
estudo aponta maiores índices de sofrimento em questões de raça e classe.
Mulheres pretas e pardas, assim como aquelas pertencentes às classes D e E, são
as mais impactadas pelo desemprego, sobrecarga de tarefas e violência de
gênero, refletindo em índices mais elevados de adoecimento mental.
Esses dados revelam não apenas
a urgência de políticas e ações voltadas para a saúde mental das mulheres, mas
também a necessidade de uma sociedade mais igualitária e acolhedora para todas.
Para mais informações, acesse a pesquisa completa em
[GaúchaZH](https://gauchazh.clicrbs.com.br/donna/ultimas-noticias/).